segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Essências

O mundo do homem e as Essências[i]

Hildo da Silva Nogueira Júnior


Jambo-Amarelo, razão subjetiva tão ínfima dentro de uma razão universal, perfeito em tua qualidade, perfeito na essência, cumpre inteiramente seu papel, mérito louvável por existir, assim como os morcegos que polinizam a região no Alto Paraguai em Mato Grosso, que saciam sua fome com o fruto, exibindo suas habilidades com excelência maestria, voando e esgueirando dos galhos do jamboeiro.
Remeto-me ao pensamento aristotélico[iii] para abarcar acerca do prêmio dos deuses, que é a prosperidade, a felicidade em si, o homem utiliza a razão para alcançar este bem, cumprirá sua qualidade, essência de ser. A contemplação, é o estado sublime, os apetites diários distancia a elevação da alma, deixando-o de contemplar tais prêmios. O homem retrata tudo que há no cosmos, degusta prematuramente em seu mundo sensível, torna-se imperfeito no seu objeto de contemplação, mudando as essências das coisas, esquecendo a qualidade porque elas são. A potência de cada criatura dentro desse universo de possibilidades aflora através das atitudes, estímulos ao longo de uma vida. O momento de desabrochar são influenciados por fatores externos, contudo a potência, o habito, a busca pela plenitude de qualidade, depende de cada ser vivo.
 Na visão aristotélica em que o mundo não é abstrato, é real. Compreender o mundo para compreender as ideias. A forma com que a humanidade vê, interage e como vai agir acerca das paixões é fundamental, para uma harmonia da natureza. O ser não nasce pronto e acabado, nasce com potencialidade, qualidade quanto ser, mas no decorrer deste possível desabrochar, há dificuldades de transpor barreiras para atingir um fim racional. Trajetória faz com que outras criaturas fujam e mudam tua qualidade quanto ser. A partir deste momento não harmônico de interferência que o homem produziu, distancia do seu objetivo quanto espécie. Perde o controle da redoma de valores, onde ele rotula, nomeia fenômenos como pragas, pestes, desastres, catástrofes. Valores que o homem criou ao longo de sua existência, não tem significado se ele não cumpre o seu papel, se alma não for boa. A única perversidade aparente, é meramente do homem, que não aceita a qualidade de homem em razão de um significado universal.












[i] Texto parcial, hildonogueira@gmail.com
[ii] Fotografia registrada na região de Alto Paraguai-MT, Flor e fruto do Jamboeiro-Amarelo, árvore típica da região
[iii] Aristóteles, Ética a Nicômaco.

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